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quarta-feira, 24 de abril de 2013

Líder do PSB critica governador Cid Gomes

O líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF), criticou ontem a intenção do governador do Ceará, o correligionário Cid Gomes, de tentar convocar uma reunião da Executiva Nacional do partido para definir a candidatura do presidente da legenda, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, à Presidência da República em 2014. Cid Gomes e seu irmão, o ex-ministro Ciro Gomes, resistem ao lançamento do nome de Eduardo Campos nas eleições do ano que vem.

A dupla prefere que o partido apoie a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Cid Gomes, presidente do diretório do Ceará do PSB, aprovou na noite de segunda-feira, na seccional estadual, um pedido para encaminhar à direção nacional do partido ofício cobrando uma posição sobre a candidatura do presidente do PSB.

"Eu entendo a excitação do governador Cid Gomes, mas alerto que essas posturas não servem ao PSB e muito menos à presidenta Dilma. Quero registrar que a forma exagerada, extemporânea e de críticas, inclusive, ao PSB, tem deixado incomodados, constrangidos, irritados até mesmo aqueles que, dentro do partido, admitem apoiar a presidenta Dilma", afirmou Rollemberg, em discurso na tribuna do Senado. Para Rodrigo Rollemberg, a antecipação do debate eleitoral é um "desserviço ao País". O líder do PSB destacou que há uma agenda econômica a ser cumprida este ano e, lembrando Eduardo Campos, é preciso "vencer 2013".

O governador Eduardo Campos, possível candidato à Presidência da República, reagiu com naturalidade, ontem, à decisão da direção estadual do partido no Ceará. "É natural que a direção estadual abra debate interno", pontuou. "No PSB as questões são debatidas, o PSB tem diversidade de posições", disse.

Presidente nacional da legenda, ele destacou que apesar dessa diversidade, o PSB tem "unidade na ação". Por isso, acredita que "no momento de se pronunciar nas instâncias decisórias sobre a questão nacional, o partido vai estar unido".

Rollemberg disse que a maior prejudicada com a antecipação do debate é a presidente Dilma que, segundo ele, fica com condições reduzidas de "fazer o enfrentamento dos problemas econômicos de forma unida". "Qualquer medida tomada acaba sendo contaminada pelo processo eleitoral", afirmou.

Rollemberg entrou na noite de ontem no Supremo Tribunal Federal com mandado de segurança com pedido de liminar para tentar impedir a votação no Senado do projeto que inibe a criação de novos partidos.

Depois de a Câmara dos Deputados concluir a votação da proposta ontem, a matéria deve começar a ser discutida no Senado amanhã. O primeiro passo será a votação de um requerimento de urgência para que o projeto fure a fila da pauta.

Na prática, torna inviável o funcionamento de siglas em gestação, como a Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva (AC), a fusão entre PPS e PMN, e o Partido Solidariedade.