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sábado, 17 de novembro de 2018

IGUATU É UM DOS MUNICÍPIOS QUE SERÁ MAIS PREJUDICADO COM SAÍDA DE MÉDICOS CUBANOS

A saúde nos municípios cearenses pode ficar no prejuízo com o anúncio do fim da parceria entre Cuba e Brasil, no Programa Mais Médicos.

Até o fim do ano, os mais de 8 mil médicos cubanos que atuam no Brasil devem retornar ao país de origem. A decisão foi tomada na última quarta-feira (14) pelo governo de Cuba, por causa de declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que questionou a preparação dos profissionais e exigiu mudanças nas regras.

No Ceará, havia 1.229 profissionais do Programa Mais Médicos até outubro deste ano. Desse total, 448 médicos cubanos estavam trabalhando em 118 municípios cearenses, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde. Os municípios com maior número de médicos cubanos são Morada Nova, Iguatu, Fortaleza, Itapajé e Granja.

Segundo o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará, as populações periféricas, indígenas e do interior do estado devem ser as mais atingidas. Além disso, deve haver desfalque em Morada Nova e Iguatu, já que todos os todos os profissionais do Mais Médicos que atuam nos municípios são cubanos.

O governador Camilo Santana se pronunciou nas redes sociais e disse que a medida “deverá causar um enorme prejuízo” em alguns municípios do Ceará e que “não se pode tomar medidas de tamanha relevância e impacto à revelia dos estados, municípios e do povo”. 

O prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio espera que a decisão seja revista. “Deverá afetar, principalmente, a saúde das populações mais pobres do Brasil. Eu fico muito preocupado e fazemos já um apelo para que essa decisão seja revista”.

O Ministério da Saúde anunciou que, nos próximos dias, vai abrir edital para contratar novos profissionais. Segundo o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará, os municípios cearenses não têm orçamento para repor as vagas que forem deixadas pelos médicos cubanos.

Na próxima semana, a Associação dos Municípios do Ceará (Aprece) vai entregar, em Brasília, uma nota de repúdio sobre a saída dos médicos cubanos do Programa Mais Médicos. A Aprece considera a decisão preocupante. O documento vai ser entregue durante o encontro da Confederação Nacional dos Municípios. Com informações Tribuna do Ceará.