Páginas

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Mulher morre após uma infecção rara causada pela saliva de cachorro


Uma família de Wisconsin, nos Estados Unidos, afirma que uma mulher morreu após contrair uma infecção extremamente rara a partir de um tipo de bactéria presente na saliva de um cachorro.

Sharon Larson, de 58 anos, começou a se sentir mal em 20 de junho, um dia depois de ter sido mordida pelo seu cachorro, de acordo com o que seu marido, Daniel Larson, disse à NBC News. No dia seguinte, ela se sentiu tão fraca que não conseguia nem segurar um copo de água, e o pronto socorro local a encaminhou à emergência do hospital.

Daniel Larson disse ao noticiário local WTMJ que sua esposa foi tratada no Wheaton Franciscan Hospital em Franklin, Wisconsin. O Ascension Wisconsin, grupo sem fins lucrativos que supervisiona o hospital, não respondeu ao pedido do HuffPost para que comentasse o caso.

Larson disse ainda à BBC que no hospital os médicos descobriram que os rins de sua mulher estavam falhando. No dia 22 de junho seu exame de sangue deu positivo para capnocytophaga canimorsus, uma bactéria comumente encontrada na boca de gatos e cachorros. Embora esta bactéria seja comum, é extremamente raro que ela cause doenças sérias. Os médicos iniciaram um tratamento com antibióticos, mas Sharon faleceu na tarde seguinte.

Sua família conta que ela era uma pessoa “incrivelmente amável” e generosa.

“O sorriso dela vai continuar vivo através de seus cinco netos, e também do sexto que está a caminho,” disse sua filha Stacy Larson-Hruzek, à NBC.

O caso de Sharon Larson é especialmente curioso por ter acontecido no mesmo mês em que Greg Manteufel, que também é morador de Wisconsin, contraiu uma infecção grave por capnocytophaga, que levou à amputação de partes de seus braços e pernas. Ele se sentiu mal a apenas 3 quilômetros de onde Sharon contraiu sua infecção.

Apesar da coincidência, especialistas em saúde ressaltam que doenças sérias causadas pela bactéria capnocytophaga são extremamente raras.

“O risco decorrente da convivência com um cachorro é extremamente baixo,”, disse ao HuffPost, na semana passada, Scott Weese, professor do Centro de Saúde Pública e Zoonoses da Faculdade Veterinária de Ontário. “A maioria dos cães carrega esta bactéria na boca, mas poucas pessoas ficam doentes”.

Quando as pessoas contraem a infecção, é geralmente logo após serem mordidas por um animal (normalmente um cachorro), ou lambidas por ele, e a saliva entra em contato com feridas abertas ou membranas mucosas.

Tanto Weese quanto Jennifer McQuiston, veterinária e epidemiologista do CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos), enfatizam que ninguém deve entrar em pânico ou abandonar seus animais de estimação. No entanto, é importante ressaltar que pessoas com certas condições de saúde – como um sistema imunológico fraco ou a ausência do baço – são mais suscetíveis a infecções, e por isso devem tomar precauções extras para evitar pequenas mordidas e procurar um médico, imediatamente após serem mordidas, mesmo que seja uma mordida pequena.

Segundo a NBC News, Sharon Larson e Greg Manteufel não tinham fatores de risco que os tornassem susceptíveis à bactéria. Esta é uma razão pela qual qualquer pessoa que se sinta mal depois de ser mordido por um animal deve falar com um médico sobre isso.

Greg, o homem que sofreu diversas amputações, está se recuperando da doença e mantendo uma atitude positiva.

“A minha mente está bem, eu não vou olhar para trás,” disse ele à People. “É chato, mas o que eu posso fazer? Tenho mantido uma atitude 100% positiva sobre tudo isso. Olhar para trás não vai me levar a lugar nenhum”.

Fonte: Hilary Hanson/HuffPost