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segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

IMPEACHMENT: Ciro acusa Michel Temer de ser 'Capitão do Golpe'

Ciro Gomes não comentou o lançamento da pré-candidatura durante a coletiva, mas antes já havia dado sinais de que quer ser candidato ( FOTO: HERMÍNIO OLIVEIRA )
O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) acusou ontem o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB) de ser o "capitão do golpe" do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), deflagrado na semana passada na Câmara dos Deputados.
A acusação foi dada em entrevista coletiva no Palácio dos Leões, sede do governo maranhense, em que Ciro, ao lado do presidente do PDT, Carlos Lupi, e do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), saíram em defesa do mandato da presidente. O movimento foi denominado "Golpe Nunca Mais".
"Perguntem qual é a opinião do Michel Temer, vice-presidente da República, sobre o fato de seu companheiro, amigo, parceiro, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ter contas na Suíça, ser denunciado por crime de formação de quadrilha, de roubo do dinheiro público", questionou. Segundo Ciro, Temer não tem uma opinião sobre o tema "porque é íntimo parceiro" de Cunha. "E não por acaso o beneficiário imediato dessa ruptura da democracia e dessa imensa e potencial crise para 20 anos. É ele mesmo o senhor Michel Temer, o capitão do golpe", completou.
Segundo o ex-ministro, "remédio para governo ruim" não é interromper o rito e os valores da democracia. "Quem toma posse se a Dilma for derrubada nesse golpe é o vice, que é ligado ao Eduardo Cunha", destacou em vídeo divulgado no Facebook.
O ex-ministro da Integração Nacional do governo Lula disse ainda que o processo de impeachment tem sido tocado por um "grupo de mafiosos" que fazem uso de "protocolos formais" para derrubar a democracia brasileira. "Temos que proteger a democracia, não tolerar um grupo de mafiosos utilizando protocolos formais, mistificações grosseiras, como já tentaram no Paraguai, como fizeram na Venezuela", disse Ciro.
Para ele, o "golpe" não tem sido orquestrado só pelo PMDB, mas também por grupos internacionais de interesses conservadores e reacionários que "cobiçam o petróleo brasileiro".
Nesse contexto, defendeu que é preciso "engolir abusos" do governo atual, em nome da democracia. "Mas isso nos aponta para segunda grande tarefa: exigir, pedir suplicar que a presidenta Dilma se reconcilie com valores e grupos sociais que lhe deram a vitória", emendou.
Ontem, Ciro, Dino e Lupi lançaram o grupo e uma página no Facebook. Eles dizem se inspirar na Rede da Legalidade, movimento comandado por Leonel Brizola (1922-2004) que garantiu a posse de João Goulart na Presidência em 1961, depois da renúncia de Jânio Quadros, com a ajuda de uma cadeia de rádios.
Para Dino, a ordem democrática está ameaçada pelo "golpismo" e não há base constitucional para o afastamento.  
Fonte: Diário do Nordeste