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quinta-feira, 6 de julho de 2017

ALERTA: IJF registra em média 1.270 acidentes domésticos por mês

O mês de julho chegou e trouxe consigo as férias, período em que o estudo de novos conteúdos e a resolução de tarefas perde espaço para brincadeiras. Contudo, a diversão pode acabar em transtorno, caso algumas medidas de segurança não sejam tomadas pelos pais ou responsáveis pelas crianças. Ao longo de 2016, a Emergência do Instituto Doutor José Frota (IJF) contabilizou 15.240 atendimentos por ocasião de acidentes domésticos com crianças entre 0 a 14 anos, uma média de 1.270 ocorrências por mês.
Essa pausa entre um semestre e outro em função do recesso escolar favorece o registro de incidentes envolvendo o público infantil. Isso porque, somente em julho do ano passado, o hospital somou 1.176 ocorrências, desde quedas com fraturas expostas a queimaduras após choque elétrico o que, para a coordenadora nacional da Organização Não-Governamental Criança Segura, Gabriela Freitas, é resultado do tempo livre que as crianças têm para criar brincadeiras e explorar os ambientes da casa onde vivem. "Se elas estão passando mais tempo em casa, podem ter mais chance de explorar cada cômodo e acabar encontrando objetos que representam um risco para elas, como produtos de limpeza, ou inventarem uma brincadeira para escalar um móvel e acabar se machucando", observa, ressaltando ainda que a cozinha apresenta mais riscos, uma vez que os utensílios do espaço podem provocar lesões graves. "Além de queimaduras que podem ocorrer no fogão ou com bebidas e alimentos quentes, há também risco de lesão por causa dos objetos de vidro, cerâmica e facas.
Quedas
Entre janeiro e junho deste ano, 7.290 crianças precisaram de atendimento na unidade. Desse total, 2.290 foram vítimas de queda e outras 1.076 por sufocamento após penetração de corpo estranho na boca, nariz ou ouvido. O acolhimento somou ainda 404 acidentes com animais ou plantas venenosas, 331 queimaduras e 622 acidentes em vias urbanas por atropelamento ou colisão de carros e motocicletas.
Uma parcela das ocorrências tabuladas é resultado da falta de monitoramento constante à criança. Mesmo na hora do repouso, conforme explica o superintendente do IJF, Osmar Aguiar, é preciso estar atento ao sono dos pequenos. "Em bebês de até 2 anos, as quedas acontecem da cama, de rede ou até do braço do adulto. Já as crianças em fase de crescimento e autonomia, entre 5 a 12 anos, começam a ter escorregões, cair de muros, lajes e de árvores", pontua.
Pequenos, mas perigosos, objetos de fácil alcance podem comprometer a saúde das crianças. Moedas, pilhas e materiais pontiagudos fazem parte da lista. "A obstrução de corpo estranho pode causar perfurações no esôfago, estômago ou intestino e hemorragias", explica o endoscopista Alessandrino Terceiro.
Por menor o tempo em que a criança fica desassistida, o perigo está ali. Bastou o pequeno José Armando de apenas 1 ano e 2 meses ficar sozinho no quarto para então engolir caroços de milho. De Crateús, no Interior, a criança foi transferida para o IJF e passa bem. Depois do susto, fica a experiência. "Vamos ficar mais atentos para que isso não aconteça mais com o meu filho", garante Fernando Alves, 35.
Fonte: Diário do Nordeste